Como é que se cobra
publicidade quando ninguém se entende nas audiências?
A confusão está lançada nas audiências de televisão. A TVI
desistiu dos dados da Gfk, a atual fornecedora, juntando-se à críticas da RTP
que considera que os dados de audiências não são fiáveis.
O problema poderia ser só uma questão de guerras de
audiências. Mas não é. É com base nas audiências que os anunciantes pagam às
televisões pela publicidade que transmitem. E a televisão, além de ser o meio
em que as marcas mais investem, é aquele que serve de baliza para a definição
dos preços nos restantes media, como a imprensa, a rádio, publicidade exterior
ou cinema.
Apesar das dúvidas em torno da fiabilidade dos números que
saíram para o mercado sobre o desempenho em termos de audiência da estação, a
RTP avisou as agências de meios que a faturação de março será feita com base na
medição das audiências feitas pela Gfk, apurou o Dinheiro Vivo.
Contatada sobre este assunto, fonte oficial da RTP limita-se
a dizer que "a faturação da RTP será feita de acordo com a dos outros
operadores de televisão". A TVI, estação que na semana passada decidiu
abandonar os dados da GfK, também não quis comentar este tema, nem adiantar se vai
seguir o mesmo procedimento da RTP. Comentários só para depois da reunião da
Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM) - organismo de auto-regulação
que reúne operadores de televisão, agências de meios e anunciantes - agendada
para dia 11.
De acordo com as fontes ouvidas pelo Dinheiro Vivo, a
apresentação de qualquer outro tipo de dados nesta fase sequer é uma
possibilidade aceite pelo mercado. Afinal, lembram as fontes, há um contrato
assinado pelos operadores de televisão, pelas associações das agências de meios
e dos anunciantes que determina que são os dados da Gfk, empresa escolhida
depois de um concurso público, que servem de base para o cálculo dos montantes
a pagar pelos anunciantes às estações de televisão.
Dinheiro Vivo
Cynthia Rodrigues 30174
Cynthia Rodrigues 30174
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