domingo, 22 de março de 2009

Moda de milhões


O melhor amigo do Homem merece tudo e mais alguma coisa. Por consequência, muitas são já as empresas e os eventos dedicados à moda e ao bem-estar do cão. A moda para este animal de estimação veio para ficar e nem os grandes criadores, como Vivienne Westwood, conseguem resistir.
Um animal de estimação é para a vida, incluindo as férias, como referem as campanhas contra o abandono de animais. E, se as recentes tendências na indústria forem um indicativo, parece que, felizmente, cada vez mais pessoas aceitam e levam até ao extremo essa máxima.
Nos EUA, as despesas com animais de estimação passou dos 28,5 mil milhões de dólares (22,08 mil milhões de euros) em 2001 para os 40 mil milhões de dólares em 2007, enquanto que os amantes de animais de estimação no Japão despenderam mais de um bilião de ienes (cerca de 7,8 mil milhões de euros) com os seus “melhores amigos”. Com o advento dos Spas para cães, ginásios para cães, “doga” (ioga para cães), acupuncturistas de cães e mais, é fácil ver onde é gasto o dinheiro.
A popularidade da moda para animais de estimação levou ao crescimento do sector de cuidados para animais. Melody Lewis, directora da Pet London, o principal produtor e distribuidor de produtos de luxo para animais de estimação, afirma que «registámos um crescimento exponencial nos últimos seis anos, com as pessoas a trabalharem mais e a constituírem família mais tarde, mimando, por isso, os seus animais de estimação com o tipo de afecto normalmente reservado aos filhos».
Vestuário para cães, como refere Lewis, é agora «um conceito estabelecido» e está a vender bem apesar da recessão. «Estamos à procura de novos desenvolvimentos», acrescentou, «como brinquedos com benefícios para a saúde e acessórios diferentes para gatos».
Com a cada vez maior popularidade dos casacos e camisolas de chuva para cães, a moda para animais de estimação alterou-se, passando de uma necessidade de manter os animais quentes e secos para um luxo exorbitante. As passerelles tornaram-se mesmo em palco de desfiles de cães em eventos como a Pet Fashion Week de Nova Iorque, a New Year Dog Party de Tóquio e a a Pet-a-Porter em Londres.
Na Pet-a-Porter, que decorreu pela sexta vez no Harrods, Vivienne Westwood e Ben de Lisi deram ao evento um toque de alta-costura. A criação de Westwood, uma estola e casaco em pele de urso falsa, exemplificava os motivos que levam tanta gente a aderir a estes aparentes absurdos auto-indulgentes; mesmo que você não possa ir para os Alpes embrulhado em roupas de Vivienne Westwood enquanto bebe conhaque junto à lareira, pelo menos o seu Spitz Alemão Anão pode vestir-se como tal e você – por razões de proximidade – pode usufruir dessa satisfação. Westwood, explicou a sua criação afirmando que «desenhar para um cão é sempre uma tarefa aliciante e exigente e nesta estação queria fazer um modelo que fosse leve e optimista. E, claro, adoro cães».
Apesar do abrandamento generalizado no retalho, o Pet Kingdom do Harrods registou vendas fortes. David Miller, director de homeware da loja, afirma que o Pet Kingdom registou «um crescimento sustentado nas vendas até ao Natal». E promete aos fãs de parafernália para animais que «vai continuar a oferecer uma gama extensiva de produtos e acessórios para animais, adequados ao orçamento de cada consumidor».
Publicado por Luis Nina - luisnina@iol.pt

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