Faz hoje 200 anos que morreu (para mim) o melhor poeta português de sempre, Manuel Maria Barbosa du Bocage. (n.15 de Setembro de 1765; f. 21 de Dezembro de 1805.)
Do essencial da Vida do poeta pode-se mencionar o facto de ser natural de Setúbal, tendo partido muito jovem ainda para o Oriente onde permaneceu alguns anos. De regresso a Portugal entrou para a Nova Arcádia com o nome de Elmano Sadino. Em breve, porém, satirizava os seus membros; acusado de revolucionário veio a ser preso. Faleceu com apenas 40 anos em Setúbal.
Já o Inverno, expremendo as cãs nevosas
Já o Inverno, expremendo as cãs nevosas,
Geme, de horrendas nuvens carregado;
Luz o aéreo fuzil, e o mar inchado
Investe ao pólo em serras escumosas;
Ó benignas manhãs!, tardes saudosas,
Em que folga o pastor, medrando o gado,
Em que brincam no ervoso e fértil prado
Ninfas e Amores, Zéfiros e Rosas!
Voltai, retrocedei, formosos dias:
Ou antes vem, vem tu, doce beleza
Que noutros campos mil prazeres crias;
E ao ver-te sentirá minha alma acesa
Os perfumes, o encanto, as alegrias,
Da estação que remoça a natureza.
Bocage
Um abraço do Portela e do Bocage
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
200 Anos após a sua morte!
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