terça-feira, 15 de março de 2011

Impacto do Facebook no processo de Segmentação

Boa noite caros colegas.


Acabei agora de ler este artigo e não posso deixar de partilhar

-------------------------------------------------------------------------------------------------

Tenho sido obrigado a reflectir um pouco sobre o impacto que as redes sociais em geral e o Facebook em particular têm nos Planos de Marketing e em particular nos processos de segmentação.

Começando pelo inicio, para quem não está tão familiarizado com o termo, segmentação, no âmbito do Marketing, consiste na divisão do mercado em grupos com características mais ou menos homogéneas.


Os critérios que nos permitem dividir o mercado, podem ser:

  • Geográficos;
    • Região
    • Nº de habitantes da região ou cidade
    • Densidade (urbana, suburbana, rural..)
    • Área (Norte, Sul..)
  • Demográficos;
    • Idade
    • Tamanho da família
    • Sexo
    • Ocupação
    • Rendimentos
    • Religião
    • Raça
    • Nacionalidade
  • Psicográficos;
    • Estilo de vida
    • Personalidade
  • Comportamentais;
    • Status
    • Índice de utilização
    • Fidelidade
    • Atitude face ao produto/marca/empresa

É através do processo de segmentação (divisão do mercado) que definimos o nosso público-alvo, ou seja, dentro dos segmentos identificados, escolhemos em que segmento(s) vamos investir (Targeting)

A segmentação no mundo académico, é vista como uma decisão estratégica ou seja, é uma decisão de médio/longo prazo. Prevenindo já o que vem a seguir, de forma alguma quero com este artigo fazer com que se deixe de segmentar a médio/longo prazo. Cada um deverá ser capaz de enquadrar este artigo na sua realidade e nos seus processos de Marketing e de Gestão.

O que se passa nos meios tradicionais (TV, Outdoor´s, Imprensa, etc.) é que é difícil saber, exactamente, quem recepciona a nossa mensagem. Obviamente que a escolha do canal de comunicação em função do segmento é indispensável e ajuda-nos a “tentar” atingir determinado público-alvo mas, na verdade, nunca podemos ter a certeza se esse publico foi, efectivamente atingido (nem através dos estudos do mercado).

Se publicitamos um anúncio na revista X, mesmo que aborde um tema focado no público-alvo definido pela empresa, nada nos garante que, efectivamente, estejamos a atingir o público pretendido. Se tivermos a falar de segmentos alargados, como por exemplo, jovens entre os 15 e os 25 anos, da classe média, média alta e alta, residentes em Portugal Continental, possivelmente se investirmos num meio (canal de televisão, outdoor, revista, jornal, rádio, etc..) em que este segmento está definido, iremos atingir uma parcela deste “alvo” mas, nunca sabemos exactamente quem estamos a atingir, ao pormenor e, quando falamos de nichos o caso é ainda mais complicado.

Como sabemos, a internet tem vindo a alterar muitos paradigmas no processo de monitorização dos planos de Marketing. Tudo é mensurável ao pormenor o que nos permite adaptar a estratégia sempre que necessário.

Mas que tem isto a ver com o Facebook?

O Facebook apresenta uma solução de monitorização e controlo sem precedentes.

Se formos detentores de uma página no Facebook, temos acesso a estatísticas, que nos permitem monitorizar detalhadamente todo o processo.

No campo de estatísticas da página, podemos de imediato monitorizar 3 áreas:

  • Vista geral da página
    • Utilizadores (Gostos novos, Total de Gostos, Nº de utilizadores activos mensalmente)
    • Interacções (nº de visualizações, Feedbacks)
  • Utilizadores
    • Utilizadores activos durante o período de tempo seleccionado
    • Tipo de utilização (visualizações, gostos, comentários, publicações
    • Dados demográficos dos utilizadores (sexo, idade, países, cidades, idiomas)
    • Separadores com mais visitas
    • De onde vêm os utilizadores
  • Interacções
    • Nº de impressões por comentário/artigo/post
    • Número de visualizações
    • Cancelamentos de subscrição da página
    • Nº de gostos

Marketing Digital

O Facebook permite ainda exportar todos estes indicadores para Excel, possibilitando o cruzamento e o tratamento de dados conforme as necessidades de cada um.

Esta folha de Excel consegue ter um detalhe impressionante. Entre muitas variáveis, destaco algumas:

  • Nº de utilizadores activos por dia/semana/mês;
  • Nº de novos utilizadores (Gostos);
  • Nº de Cancelamentos;
  • Nº de adesões à página por dia;
  • Impressões da página;
  • Gostos / Comentários / Publicações;
  • País de origem dos utilizadores;
  • Classificação dos utilizadores por sexo e faixa etária;
  • Utilizadores por cidade
  • Origem dos utilizadores (ligações externas)

Óbvio que estes indicadores depende do que as pessoas colocam nos seus perfis de utilizadores, também temos que ter isso em conta, se as pessoas colocam informação errada no Facebook, as estatísticas também poderão estar erradas (o que não me parece ter grande impacto em grupos com muitos utilizadores).

Mas que é que isto tem a ver com a Segmentação?

O cenário anterior, permite-nos ter total controlo sobre a monitorização de um canal de comunicação, ao contrário do que é habitual. O profissional de Marketing, com total transparência, consegue obter todos os indicadores que precisa para analisar o comportamento do seu consumidor e, perceber o impacto que os processos de Marketing têm no seu público-alvo.

Vamos supor que temos um produto de grande consumo para comercializar. Como segmento – alvo para promover o nosso produto, identificamos um grupo com as seguintes características (simplificando):

  • Sexo masculino;
  • Idade entre os 20 e os 30 anos;
  • Classe média;
  • Irreverente.

Encontramos alguns canais de comunicação que se enquadram neste perfil como por exemplo;

  • Revista XPTO
  • Jornal YZ
  • Canal de televisão XYZ

Tudo parece estar no bom caminho, embora esperássemos atingir um volume de vendas superior até à data. Decidimos entretanto criar a página no Facebook para esse produto e damos inicio à monitorização.
Com uma boa estratégia de Marketing Digital, verificamos que em pouco tempo obtemos milhares de seguidores.
Contentes com o “cenário”, decidimos analisar os dados estatísticos da página do Facebook e, verificamos que os utilizadores que mais estão a interagir com o nosso Produto, que mais estão a recomendar e mais estão a criar “buzz” tem as seguintes características:

  • Sexo feminino
  • Idade entre os 15 e os 20 anos
  • Classe média
  • Irreverente

Ou seja, o suficiente para os canais tradicionais (em que decidimos investir) não estarem a atingir este público-alvo (que não foi definido no processo de Targeting).

O que faria a empresa?

Mantinha o público-alvo que tinha identificado posteriormente ou procurava adaptar a sua estratégia a um consumidor activo que está a dar “provas” de aceitação relativamente ao Produto?

Este é apenas um exemplo do que pode acontecer. Estes indicadores estatísticos do Facebook (e diria mesmo de toda a Internet) vêm quebrar alguns paradigmas no âmbito do Marketing, até mesmo as decisões estratégicas.

Que fique claro que não estou a dizer que no exemplo anterior devíamos mudar toda a estratégia “da noite para o dia”, cada caso é um caso e é importante analisar cada situação em detalhe mas, fica claro para todos que devemos reflectir muito bem sobre as nossas decisões e, se for caso disso, devemos assumir o erro e adaptar a nossa estratégia ao nosso consumidor.

estatísticas - marketing portugal

Não devemos analisar “cegamente” os números

Não sou adepto de lermos os números “cegamente”. No exemplo anterior, faria todo o sentido tentar perceber o que estava a acontecer, onde se tinha falhado e se esta aceitação era apenas no âmbito digital e qual era o impacto que este “target” tinha nas vendas. Por termos mais membros activos de determinada faixa etária na nossa página no Facebook, não quer dizer que esse seja o público que nos traz maior rentabilidade.

O papel do profissional de Marketing e a intuição do mesmo continua a ser imprescindível, caso contrário,corremos o risco de começar a gerir e a delinear estratégias em função, exclusivamente, dos números.

Marketing Portugal

Para além da segmentação…

Neste artigo abordei a segmentação mas, a transparência de indicadores estatísticos na Internet e, em particular, no Facebook, poderão ter impacto em qualquer fase do plano de Marketing. É preciso estar atento e perceber que os planos de Marketing não podem estar estagnados, em nenhuma fase da sua estrutura.

Como complemento final, estes indicadores são fundamentais na decisão de canais de comunicação (tema que daria origem a outro artigo).

Porque é que eu hei-de fazer publicidade numa revista em papel se, tenho a garantia que a publicidade num site/portal com uma boa presença no meio digital pode dar origem a muito mais visualizações, sabendo exactamente (com todo o detalhe!) quem segue esse site/portal?

A “conversa” sobre o “share” de audiências e o número de tiragens( entre outros indicadores), começa a não fazer sentido com o crescimento do mundo digital. Nós, profissionais de Marketing, queremos saber EXACTAMENTE com quem estamos a comunicar/interagir

Por fim, também no no âmbito do Marketing Pessoal, a publicação de artigos no meio tradicional (revistas da especialidade) tem muito peso mas não devemos desprezar portais que conseguem dar muito mais visibilidade ao nosso trabalho. Posso escrever para uma revista com 7.000 exemplares de tiragem. Desses 7.000 de tiragem, efectivamente, qual foi a visibilidade do meu artigo? Como se calcula o “ROI” deste meu investimento?

Na Internet conseguimos saber exactamente o número de impressões de cada artigo e, não tenho dúvidas que há sites que conseguem obter maior número de impressões do que muitos meios tradicionais (incluindo a televisão e a rádio)

Estes exemplos aplicam-se a quase tudo. Mesmo que haja alguma resistência, não podemos deixar de reflectirporque isto irá ter impacto no desempenho do nosso trabalho.

Bom Marketing!

___________________________________________________________________________________________________

Sobre o Autor

Paulo Morais

Managing Partner na T-Evolution (soluções e consultoria em Marketing Digital)
Docente na pós graduação de Marketing Digital – IPAM
Consultor de Marketing da JRS Pharmarketing
Project Manager Marketing Portugal
Mestrando de Gestão de Marketing no IPAM
Pós Graduado em Direcção de Marketing e Vendas pelo ISCTE
Licenciado em Gestão de Marketing pelo IPAM – Matosinhos

Blogue pessoalMKTMorais


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Aqui está o LINK ----->http://mktportugal.com/blog/?p=2986


Apenas no fim reparei que conheco este "senhor" ( sim já é senhor) ja faz um tempo... olho para a foto e tenho que me rir! eheh

falta apenas dizer que achei bastante interessante o artigo.


Qual é a vossa Opinião ? vamos lá rapaziada... tudo a participar sff :)

Um abraço para todos!!

4 comentários:

Unknow disse...

Boa noite.
Sinceramente, não posso concordar em nada com esse senhor. Vou falar muito por alto que esta matéria dava umas belas páginas.
O Facebook não nos fornece qualquer tipo de indicadores válidos. Passo a explicar: 90% das pessoas clicam no botão like porque não custa clicar. Quando a página que fizeram like as começa a incomodar no mural com muitas actualizações, ou fazem um “dislike” ou então, que é o que faz a maioria, ocultam tudo o que venha dessa página. Ora, isso é o que eu chamo indicadores fantasma(inventei agora mesmo). Ou seja: se uma pessoa tiver 2.000 likes na página do seu produto, não quer dizer que 2.000 pessoas gostem e muito menos que comprem o tal produto. Simplesmente clicarem Like porque... sim. “Ah e tal mas eu faço eventos e as pessoas participam e dizem que vão e os comentários e likes nas fotos e não sei o que”. O que acontece neste caso é o seguinte: metade das que dizem que vão participar, disseram que sim porque... sim. Quem disse que não não vai de certeza. E quem disse que talvez não sabemos, pois não vai alterar o talvez para o sim caso tenha ido. No caso de concursos em que cada produto tem mais likes e coisas do género, as pessoas pedem aos amigos para irem lá clicar e os amigos estão-se borrifando para onde foram carregar. Do clicar like, do dizer que vão, do fazerem coments, disso tudo, vai um grande passo até levantarem o bandulho da cadeira ou do sofá.

Um plano de webmarketing para o facebook tem que ser uma coisa muito bem estudada e apenas tem visibilidade para grandes marcas que apanham um publico-alvo muito vasto( em termos de dispersão geográfica), como vodafones e coisas assim. Agora, um centro de depilação com facebook, como eu vejo na covilhã(e não quero dizer que tem estratégia de webmarketing, porque não tem de certeza), que começa a adicionar amigos como se não houvesse amanhã e já tem amigos até no seixal, se calhar isso não lhe vai servir para nada, mas na cabeça dessas pessoas o que interessa é terem muitos amigos. Não me queria alongar e já me alonguei. Este discurso não está estruturado, mas acho que ficaram com a ideia.
Cumprimentos

Unknow disse...

Retiro só a frase do principio "Sinceramente, não posso concordar em nada com esse senhor." Não era isso que queria dizer.

Cumprimentos

Miguel Azevedo disse...

Mas o software do Facebook da para ver quem está activo na dita pagina! e isso sim é relevante.
em relação aos likes tenho que concordar que não podem ser levados em conta, ou muito em conta... porque eu por exemplo, só faço like em paginas que eu "liko" mesmo! LOL mas obviamente que eu n represento nem 0,00001% da população do Facebook, e no geral toda a gente "lika" tudo o que aparece a frente...

enfim... mais opiniões ?

P.S -> caro Unknow não custa assinar com o próprio nome... afinal somos todos colegas :)

Unknow disse...

Boas,

As minhas desculpas por não assinar, foi mesmo por esquecimento.

Guilherme