sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Carta de Utrech

Uma estudante de doutoramento portuguesa na Holanda, Ana Faro, escreveu esta carta ao "Ciência Hoje".
Vale a pena ler.

6 comentários:

Anónimo disse...

Então uma cientista portuguesa em doutoramento no estrangeiro mais uma vez denuncia o culto de mediocridade que existe nas instituições de ensino portuguesas... Que novidade... What else is new?

Anónimo disse...

Culto de mediocridade?? Ora o Sr. Pinguim por muito verdade que seja noutras universidades e mesmo noutros cursos da nossa universidade (e aqui até falo por experiência), eu acredito realmente que Marketing está um pouco à margem desse culto.

E isso deve-se claramente aos nossos professores (ao núcleo duro de mkt claro! Porque depois também temos alguns génios que são muito bons teóricos mas são verdadeiras #$"$ enquanto professores.)

Mas quem faz as instituições de ensino, por acaso, e só assim por acaso, também somos nós. Ou seja, para quê andar aqui a deitar a baixo as instituições quando nós não temos a coragem para assumir o nosso papel?

A UBI e Marketing são maus? Eu não acho. E pergunte aos colegas que foram de erasmus se por lá é melhor...

Anónimo disse...

Eu referia-me neste caso ao ensino em geral, se bem que o/a colega pelo tom de discurso deve estar familiarizado comigo e com a minha fraca empatia em relação à nossa instituição de ensino. Mas há um ditado (popularmente dito em inglês) que diz "God helps those who help themselves", e se o/a colega tanto gosta da UBI devia também reconhecer e denunciar o que de mal se passa nela e promover soluções para os ditos problemas como por exemplo a maneira desleixada como se processou todo o estabelecimento do processo de bolonha, ou ênfase excessiva a certos cursos em relação à restante academia (*cough* medicina *cough*), para mencionar alguns.
Eu acho que temos sem duvida um bom "núcleo duro" de marketing, mas não consigo abandonar a sensação de que faltam meios e recursos, e que o nosso curso não é levado "a sério" a nível da faculdade.
E como diria Steve Jobs, "Oh, and one more thing": eu já tenho perguntado a colegas que foram de erasmus como é lá fora (as opiniões divergem bastante) mas também as possibilidades de erasmus não são as mais abrangentes por aqui, especialmente em marketing. Gostava de ver uma expansão a esse nível, visto que actualmente as alternativas de erasmus são muito limitadas para o nosso curso (Suécia e Espanha se não me engano, não tenho a certeza, com número reduzido de vagas).

E é a minha humilde opinião...

Anónimo disse...

E se dessem uma maior importância à mensagem positiva de Ana Faro.

«Vencidos os receios iniciais, vi-me forçada a reconhecer que o meu ensino universitário tinha sido excelente e que de facto estava à altura do desafio a que me tinha proposto. Vim ainda a aperceber-me que a destreza que apresentara no primeiro contacto com aquele que viria a ser o meu futuro Orientador não é comum nestes lados. Quanto tomei a decisão de realizar o meu Doutoramento no estrangeiro, comecei por escrever e-mails para diversos líderes de grupos de investigação das áreas que me interessavam. Nesse primeiro mail não só fazia uma breve introdução da minha pessoa, como também descrevia a minha experiência prévia e apresentava as razões pelas quais estaria interessada em integrar o seu grupo de trabalho. Fi-lo assim por instinto. Gosto de pensar que tamanha “bravura” teve o seu quê de lusitano! A verdade é que este gesto impressionou pela positiva alguns nomes sonantes da cena científica mundial e teve imensa aceitação. Por fim dei-me ao luxo de poder escolher o local e o projecto que mais me agradava».

Façam-me o favor de serem positivos e construtivos sem recorrer a definições menos claras de núcleos duros ou núcleos moles.

A propósito, não me tocou, a dos teóricos! Mas, permita-me afirmar, de forma sonhadora, como gostaria de um dia... ser recordado como um grande teórico, mesmo que para os que não me compreendem hoje, ou fingem não compreender, eu fosse considerado uma grande nódoa. Há tantos exemplos vivos e mortos na história, deste tipo de comportamento humano!

Aparentemente, há que fazer um novo trabalho de reabilitação psicológica para vos recuperar para a plena luta no mercado de trabalho e no complemento da vossa formação inicial, que pode nem vir a corresponder à vossa área de desenvolvimento e crescimento profissional.

De facto, a luta pelo espaço com nome próprio, porque assim tem de ser, preconizam alguns, assume hoje contornos inimagináveis de manipulação psicológica, até mesmo dos menos conscientes. Uma das minhas tarefas cinge-se apenas a habilitar-vos a estudar e a pensar de forma autónoma, sem definições estereotipadas que, no curto prazo, contribuem para travar práticas diferenciadas de ensino e de aprendizagem, tanto por parte dos discentes (objectivo primeiro) como dos docentes.

Por último, e se me permitem, o discurso do: É nosso, é pequeno, é diferente…. Está completamente ultrapassado! Atrevam-se, pensem e façam melhor sobre o que não é nosso, porque é público; não é pequeno porque se pretende mundial, e não necessariamente Ibérico; e não é diferente, visto que é único e irrepetível, dado o conjunto de seres humanos que estão, presentemente, envolvidos na licenciatura em Marketing.

Anónimo disse...

Professor Leitão ñ interprete mal as palavras da duh referentes a núcleos com densidades diferentes, certamente k ñ pretende denegrir ninguem, nem colocar em causa validade académica de alguém, mas sim constactar k há um conjunto de professores k nos tocam mais, tanto cm mentores como pessoas. Considere essa referência como uma palmadinha nas costas dos alunos, um reconhecimento, um obrigado, e o prof certamente é dos k tem as costas vermelhas dessas palmadas.Veja por exemplo os professores k gastam tempo seu neste bolg, a falar conosco, a ouvir, a falar, a puxar por nós têm de ser reconhecidos.

Qt ao nosso sarcático pinguim axo k ñ calculou bem e pisou gelo fino :) Axo bom k se tente mudar as coisas, mas mudar a sério aforrar as mangas e mudar, mas dizer k estamos num presos num buraco de trampa e nada fazer, já axo feio, não axo bonito citando Mário Soares com pertubrações linguisticas.

Na leitura k faço da carta, ñ vejo uma critica apocaliptica ao nosso sistema, até porque foi o nosso sistema k a formou e se ela chegou onde chegou... Axo k a critica oportuna que se faz é a cultura do fadinho faducho, que deve ser mudada. O paradigma dos pequeninos e coitadinhos tem de findar.Isto penso k é claro pr tds.

Outro ponto digno de relevo na carta é k pr os alunos a única forma de alcançar o Olimpo é através das médias, ñ lhes retiro importância, mas há mais vida para além da média.O ser humano é carente por natureza, se a mãe do Hitler o tivesse mimado, talvez o nazismo fosse engavetado.Ou seja os alunos querem retirar algo mais das cadeiras que não as notas, querem que os professores os façam sonhar, e senhores se não sonharmos agora qd o faremos?

Terceiro e último ponto, é k a Universidade num sentido lato está muito fechada em si mesma, vejamos que nos referimos ao mercado de trabalho como lá fora, quando ele está ao nosso lado e estamos-nos a preparar para ele. O nosson sistema é assim, a primária nd tem a ver com o ciclo; do ciclo pr o secundário aparece a puberdade e a diferença é geral; do secundário para a Universidade é o descalabro de repente o chão foge dos nossos pés;da Universidade pr o mercado de trabalho é o medo completo. Isto porque td fuciona por estanques, pr nós o fim de curso devia ser uma passagem, mas não é. Psicológicamente é o fim de um modo de vida e o inicio do deconhecido, são mudanças bruscas em k se não tivermos ombros amigos se pode tornar dificil de suportar.

Sou daqueles k axa k devemos trabalhar com o que temos:"Aquele que sonha com o que poderia ser, está a desperdiçar aquele que ele é". Ser positivos é bom principio, sem ir muito longe que isto com a crise está mau para viajar, temos o caso do João Feitor aluno de Marketing elogiado bastantes vezes publicamente com inteira justiça, por algo que não as médias. É esta capacidade de deixar de ver o aluno apenas como um coleccionador de notas, mas procurar em cada um talentos e atributos que se devidamente trabalhados nos permitam ser capazes de vencer no mercado de trabalho.

Anónimo disse...

Nao resisto a deixar um comentario, visto que o que se discute aqui e' a minha carta. Eu nao denuncio a mediocridade do ensino portugues. Antes pelo contrario... Denuncio sim o espirito negativo de que aquilo que se faz em Portugal e' "pequeno" e que nunca somos suficientemente bons (ou somos sempre piores do que os outros!). O que afirmo e' que o ensino nas nossas universidades e' bastante bom, e que as qualidades dos estudantes portugueses sao reconhecidas a nivel internacional! A minha mensagem e' precisamente: as coisas nao sao tao mas como muitas vezes pensamos.
Mas claro que em muitos aspectos poderiam ser melhores... (e isso sera' sempre assim).