sábado, 16 de abril de 2011

Complementaridade entre marcas do fabricante e distribuição

A Comissão Europeia acaba de publicar um estudo sobre o impacto das Marcas da Distribuição (MDD) na competitividade do retalho alimentar. De acordo com esta publicação, as MDD trazem um “estímulo e valor acrescido à I&D, marketing e design, ao nível do retalho, mas também da indústria, através de uma maior concorrência. Este valor acrescido aplica-se também à criação de emprego, com a aposta nestas novas áreas, outrora com pouca expressão na distribuição moderna”.

O estudo demonstra que as MDD são “complementares” às Marcas de Fabricante (MdF), na medida em que “preenchem lacunas na oferta do mercado” ou são “pioneiras em novas categorias”. Segundo indica o estudo conduzido por um instituto de investigação independente da Holanda, o Landboum-Economish Instituut (LEI), as MDD conseguem criar valor no mercado, ao introduzir novos sabores, packaging e produtos premium.

Nesta publicação, são referidos os benefícios das MDD no retalho e afastadas as acusações de que estes produtos desequilibram as relações de mercado entre fornecedores e distribuidores.

O estudo confirma ainda que “a viabilidade da indústria alimentar não está em causa” e, sobretudo, que a rentabilidade desta não diminuiu como resultado da concorrência das marcas da distribuição.

Para o presidente da APED, Luís Reis “este é mais um estudo que vem confirmar os benefícios das marcas da distribuição na economia. É ainda de realçar o principal beneficiado com as MDD: o consumidor. As marcas da distribuição estão a travar o aumento da inflação, oferecendo uma excelente relação qualidade-preço e uma maior liberdade de escolha, aumentando a variedade no mercado”.

Uma das polémicas que tem sido recorrente refere-se à falta de indicação do nome do fabricante nas MDD, não representando tal, segundo indica o estudo, “qualquer perda de valor para os fabricantes”. As conclusões do estudo apontam mesmo para o facto de uma legislação neste sentido poderia até ser “penalizadora para empresas que produzem simultaneamente para a distribuição”.

Ou seja, tal indicação poderia ter mesmo um efeito “negativo”, especialmente pelas PME, que “beneficiam de encomendas em grandes quantidades da distribuição, permitindo-lhes optimizar a capacidade de produção, a produtividade e os custos de produção”.

Notícia copiada daqui: http://www.hipersuper.pt/2011/04/14/comissao-europeia-diz-que-mdd-sao-complementares-as-mdf/

2 comentários:

PConceição disse...

Caro PROF.DR, lamento ir em contra do reproduzido. Por contacto com diferentes sectores de actividade todos aqueles que iniciaram relações com as grandes superfícies, mais cedo ou mais tarde "FALIRAM" com o custo para a sociedade do desemprego provocado e o desânimo dos investidores.
Esta teoria do MDD deveria ser "desmascarado", pois o que aparentemente é "ganho" traduz-se mais tarde em "perda". A justificação está no ultimo paragrafo ao já nem quererem indicar o nome do produtor, pois no fim de "secarem" um, de imediato seguem para o próximo. Tudo programado e definido e no final, se mais não houver, então oferece-se um MDF.
Estas politicas da UE, estão à vista de todos nós e atiraram-nos para o momento presente.
Teremos que modificar atitudes e comportamentos.
Mas existe medo/interesses, de ir em contra de tais realidades.
A sociedade em geral e a universidade em particular deveria esmiuçar este tema, pois os custos são mais altos que os benefícios.
Penso não estar a ser utópico.

Paulo Duarte disse...

Caro Paulo,

O estudo não é meu, nem o li integralmente, mas penso que a perspectiva é outra e relaciona-se com a ocupação de "espaço" no mercado. O estudo defende que ambas têm um (e o seu)lugar no mercado.

Já a questão que coloca relativamente à sobrevivência dos pequenos produtores, é uma outra questão e que se relaciona com o poder negocial. Quem o tem usa-o, claro que nem sempre da melhor maneira. Eu tenho a firme convicção que os excessos a prazo acabam sempre por se pagar.

Abraço